20 /10 / 2012 Drave
Desta vez o passeio teve inicio em Arouca, deixamos as biaturas e o keziamovel junto ao quartel dos bombeiros voluntários, onde duas jovens pertencentes a esta simpática corporação fizeram questão de nos fazer o briefing matinal. Aconselhando-nos especial atenção a passagem pelo Portal do Inferno, pois seria o local onde um eventual resgate seria mais difícil.
De Arouca ao Portal são cerca de 20 quilometros em alcatrão, mas a estrada é bastante pitoresca, passa por alguns locais que nos faz lembrar os desfiladeiros dos filmes do Oeste Americano, em todo o percurso talvez tenha-mos cruzado com 3 carros, mas alguem disse que talvez tenha sido sempre o mesmo...
A passagem no referido portal tem umas vistas magnificas, inclinações na estrada vertiginosas, tive a sensação que estava no céu e não no inferno, pois dali o mundo estava literalmente aos nossos pés...
Dali até S.Macário estamos sempre em altitudes superiores a 900 metros, por isso as vistas são esplendidas...
O S.Macário foi o local eleito para uma paragem mais demorada para retemperar forças e discutir de forma cientifica as magnificas ideias que normalmente acontecem nestes passeios na hora do almoço. Desta vez admirei a curiosa ideia do Hugo sobre a forma de se tentar ganhar dinheiro sem trabalhar, consistia em "mascar chiclet's, quando esta estiver bem "melada" coloca-se num pau, de seguida introduzir o pau na caixa de esmolas de um qualquer altar e sacar uma nota de 5"!!!
Parece que na ermida do S.Macário tinha caixa de esmolas e conseguia-se ver um nota de 5...Os santos não precisam de dinheiro...
Dali o percurso iria ser essencialmente a descer até Drave, o local e de difícil acesso, mas é excelente para praticantes de btt, por vezes muito perigoso...
...Drave deixa qualquer um sem palavras, dizem que e a capital dos escuteiros, como prova disso existem pelo menos duas casas que foram restauradas pelos escuteiros (deu uma reportagem sobre o assunto na TV), la dentro existem bastantes recordações alusivas as passagens de escuteiros de vários locais por lá, mas pareceu-me que a maioria seria do Minho. Nós não deixamos nada, e a única coisa que tiramos foram fotografias ao magnifico local...Algumas casas estão em ruinas, mas ainda existem vestigios curiosos como seja um tear, alguns pipos de vinho (houve quem sugerisse verificar se ainda tinham vinho no interior) e outros utencílios antigos que nos fazem recordar as casas de nossos avós (quem os tem)...
Dali o percurso levar-nos-ia (sempre a subir) até Regoufe, a meio caminho estivemos em conversa com um Apicultor que tinha as colmeias em Drave, estava estacionado com a sua velha 4x4 observando a nossa passagem já a algum tempo.Um pouco mais acima, encontramos uma jovem a desenhar com uma esferografica num bloco de papel (para mim é coisa rara, quase toda a gente usa dispositivos electronicos para quase tudo)...Ao meu comentário: "Isto aqui é mesmo tudo muito antigo, o pessoal daqui, im bez de tirar retratos a paisaige, ainda faz desenhos no papel" a jovem "esboçou" um sorriso com os lábios, continuando a desenhar, realmente o desenho estava aficar magnífico...Fiquei a saber que estaria a estudar arquitetura já no 4º ano e este seria um trabalho de campo, com ela estariam ainda mais 5 elementos noutros locais a fazer o mesmo, sendo o objeto do estudo a aldeia de Drave e sua envolvência...
Após Regoufe o caminho era um trilho pedestre bem duro, até porque eu sei o que é duro, pois realizei um OTB talvez pensando que ali seria fácil o resgate pelo corpo de Bombeiros...Uma vez que ali não era o Portal do Inferno...O trilho estava limpo e bastante frequentado, não só por cabras, mas tambem pessoas, creio que nos cruzamos por cerca de dez caminheiros, todos eles bem apetrechados, pelo jeito Drave iria ter bastante movimento...
O trilho pedestre acabava em Covelo de Paivô, onde uma vez mais fomos recebidos muito amavelmente por um simpatico funcionário da autarquia de Arouca que muito gentilmente nos ofereceu uma malga de vinho tinto "feito" por ele...
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